24/09/2010

Papo de Ônibus - 13

Agora, a segunda história.

Nesse ultimo feriado (dia 07 Setembro) fui visitar minha mãe em Duas Estradas (se voce é do tipo curioso que ficou imaginando porque chama Duas Estradas, aqui que voce descobre rapidinho, rs). Como eu divago... Voltando a história...

Peguei o ônibus na rodoviária pra Guarabira (cidade próxima a minha), que pra variar, já saiu lotado, sentei na última fila, no fundão mesmo, na cadeira do corredor. A viagem dura mais ou menos 2 horas, dependendo do movimento da estrada, da quantidade de gente, paradas, essas coisas. Uma jovem bem simpática do meu lado, estudante, estava indo passar o fim-de-semana com os pais, sentada na cadeira que fica ao lado da janela, já se preparava pra enfrentar a estrada colocando nos ouvidos os fones ligados diretamente ao celular. Ainda estávamos na rodoviária.

Enquanto isso, ônibus ia entupindo de gente. 

Bem a minha frente, em pé, com um monte de livros de medicina numa das mãos, outra jovem estudante, também bastante simpática, fazia o que?? Ligava o fone de ouvido ao celular com a outra mão. Pra facilitar a vida dela com o aparelho, (e temendo que os livros caíssem sobre minha cabeça na primeira curva) pedi os livros pra levar no colo.
Essa altura já havíamos saído da rodoviária,  passando por Bayeux, eis que a outra jovem que estava sentada bem na cadeira do meio (no meu lado direito) toma que atitude???? Saca de dentro do bolso seu celular com o que??? um fone de ouvido, kkkkkkkkk.
Ficou uma cena meio surreal, pra mim. Alguns anos atrás isso seria inimaginável tanto do ponto de vista social/financeiro (nem todo mundo tinha grana pra comprar celular, que era sinal de status) quanto do ponto de vista físico (mesmo que tivesse a grana, o celular não pegava em todo lugar, não tinha sinal, rsss) e obviamente também eu fiz o que??? Peguei meu fone de ouvido, tasquei no meu celular e fui ouvindo/assistindo o show de Simone que havia gravado tempos atrás, em Recife, que adoro.
Minha curiosidade gritando querendo saber o que esse povo tava ouvindo, rs. Mas, de repente, não mais que de repente, numa das paradas durante o trajeto, entra uma mãe com 4 filhos, com idades entre 5 e 12 anos, bonitinhos e adivinhem... cada um com o SEU CELULAR, inclusive a mãe, obviamente!
O ônibus continuava lotado e eles acabam parando onde??? lá no fundo do busão, perto da gente. Aí, matei minha curiosidade sobre o que o povo ouve no celular (pelo menos o que eles ouviam). Um dos rapazes pôs música no celular dele e, no volume máximo (ele não tinha fone de ouvido, aliás, nenhum deles, buáaaaa!!!) e aí, tive que ouvir em alto e péssimo som (segurem-se, vai doer um pouquinho!!) "... O amor é feito capim mas veja que absurdo: a gente planta ele cresce, aí vem uma vaca e acaba tudo...", esse "clássico" da Banda Aviões do Forró, kkkkkkkkkkk. Não preciso dissertar sobre o nível musical do adolescente que foi de forró (desse tipo de forró) até o funk do MC não sei das quantas.
O interessante é que eles ficavam revezando o repertório entre os aparelhos celulares. Uma hora o som saía de um aparelho outra era de outro, mas sempre o mesmo "nível musical" e no mesmo volume, rss. A mãe deles até pedia pra eles abaixarem o volume de vez em quando, mas tinha hora que até ela cantava junto com eles.
Nem adiantava olhar de cara feia pra eles. Não estavam nem aí. Simplesmente ninguem mais conseguiu ouvir nada e "fomos obrigados" a aguentar esse repertório até eles descerem, em Guarabira (onde eu desci, também). Eita que foi dificil, amigos!!!!!

Um comentário:

  1. Adorei essa professorar! Acho que deveria ter uma campanha para doação de fone de ouvido kkkk.

    ResponderExcluir