24/09/2010

Papo de Ônibus - 10

Semana passada (07/05) presenciei pela primeira no ônibus um diálogo sem palavras, esquisito isso, né. Mas, foi bastante intrigante pra mim, fiquei pensando como descreveria aqui essa história. Mas o título veio prontinho na cabeça:

PRIMEIRO DIÁLOGO SEM PALAVRAS DO PAPO DE ÔNIBUS

Havia no banco sentadas, a minha frente, duas mulheres. Uma sentada do lado da janela, era estudante, bastante jovem, talvez uns 15, 16 anos (se muito). A outra, do lado do corredor devia ter pelo menos uns 40 anos a mais que a menina, ou seja, uma senhora de pelo menos uns 50 anos. Elas pareciam nao se conhecer porque nao trocavam nenhuma palavra. Cada uma na sua e com nada em comum (só pra lembrar um pouquinho do slogan daquele cigarro, rsss).
Estava chovendo muito e todas as janelas do ônibus fechadas porque ninguem queria se molhar, óbvio, mas quando isso acontece (e quem anda de ônibus sabe) fica muito quente por causa do calor humano.
Então, a certa altura da viagem, quando a chuva já havia diminuido a senhora não pensou duas vezes, puxou a janela pra entrar um arzinho porque realmente estava muito quente.
Quase que instantaneamente a adolescente sem ter o mínimo de respeito pela senhora, empurrou a janela de volta, fechando-a.
Mas, amigos, garanto a voces, não foi um empurraozinho qualquer, a guria quase quebra a janela com a força colocada pra fechar a janela. Logo que fez isso ela olhou pra mulher com a cara mais feia do mundo, querendo dizer algo do tipo: essa janela é minha e nela quem manda sou eu!
Aí, pensei: Meu Deus! essa mulher vai quebrar o pau agora, esculhambar com essa guria, la vem baixaria!
Sabem o que aconteceu? A mulher olhou pra cara da menina, como quem diz: Sou muito mais experiente que voce, minha filha, não me troco por qualquer merda! Não vou me sujar nem estragar meu dia por sua causa!
Levantou devagar e altiva, foi sentar em outra cadeira um pouco mais a frente (nessas alturas já estávamos na Epitácio, metade do povo que vinha no ônibus já havia descido, por isso, tinha cadeira vazia,rss)
Fiquei olhando pra guria, que fingiu não ter acontecido nada.
Eu não consegui fingir. Fiquei olhando ao redor pra ver se mais alguem tinha acompanhado esse "diálogo" e pelo que percebi, só eu mesmo tinha prestado atenção nisso.
Vim o resto do caminho com dois pensamentos na cabeça.
Já não se faz mais adolescente como antigamente, nunca na minha vida teria coragem de fazer algo parecido com o que essa menina fez, tamanho o desrepeito que ela teve com aquela senhora (e tenho certeza que muitos dos que passam por aqui, também não).
E, será que aquela menina entendeu a lição de moral que recebeu naquele dia? Sim, porque foi exatamente isso que aquela senhora fez. Deu uma bela lição de como agir em determinadas situações. Que muitas vezes é melhor calar do que abrir a boca e falar besteira.
Aprendi demais com essa história!

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